Geraldo Melo nasceu
em Natal no dia 12 de julho de 1935, filho de Pedro Ferreira Melo e Almira da
Câmara Melo.
Trabalhou como jornalista até 1959, ano em que concluiu curso de planejamento
do desenvolvimento econômico da Comissão Econômica para a América Latina
(Cepal), na ONU. Membro do corpo técnico fundador da Superintendência para
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), entre 1959 e 1960, sob liderança de Celso
Furtado, exerceu os cargos de vice-diretor do departamento de atividades
econômicas básicas (Daeb) e diretor da assessoria técnica. Realizou curso de
financiamento do desenvolvimento econômico do Centro de Estudos Monetários
Latino-Americanos (Cemla), no México em 1961, ano em que fez estágios operacionais
no Banco Mundial e no Banco Interamericano de Desenvolvimento(BID). De volta ao
Rio Grande do Norte, tornou-se, ainda em 1961, o primeiro secretário de
Planejamento do governo do estado, durante a gestão de Aluísio Alves
(1961-1966).
Um dos sócios-fundadores da Administração Industrial e Planejamento (Adiplan) –
criada em 1965 por um grupo de técnicos que deixara a Sudene – foi, também, o
diretor brasileiro do Consórcio Internacional de Consultoria Técnica, integrado
pela Adiplan e pela empresa inglesa Economist Intelligence Unit (EIU). Estas
reuniram-se em uma terceira organização, chamada International Professional
Consortia (IPC), que, por sua vez, contratou alguns serviços a serem realizados
por outras empresas, entre as quais a Mitsou Consultants co., do Japão, além
das inglesas Scott Wilson, Kirkpatrick and Partners e Fisheries Development.
No início da década de 1970, a Usina São Francisco Açúcar e Álcool S/A e a
Usina Ilha Bela S/A, ambas localizadas em Ceará-Mirim (RN) e clientes da
Adiplan, haviam mergulhado em enormes dificuldades financeiras. Os credores
dessas empresas recusaram-se a fazer composições com os antigos acionistas
controladores, exigindo a mudança do controle acionário. Esse processo culminou
na transferência do controle das duas empresas para a Adiplan, que elaborou um
projeto de modernização empresarial prevendo a fusão das duas na Companhia
Açucareira Vale do Ceará-Mirim.
Em 1978, Geraldo Melo foi indicado pelo presidente João Figueiredo para
integrar, como candidato a vice-governador do Rio Grande do Norte, a chapa
encabeçada por Lavoisier Maia, lançada pela legenda da Aliança Renovadora
Nacional (Arena), partido de sustentação ao regime militar instalado no país em
abril de 1964. A chapa foi eleita pela Assembléia Legislativa e empossada em
março de 1979. Com a promulgação da nova lei orgânica dos partidos em dezembro
daquele ano, que extinguiu o bipartidarismo, e a posterior reorganização
partidária, filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS).
Em 1983, transferiu-se para o Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB). No ano anterior, o PMDB sofrera uma grande derrota no estado, em razão
da eleição com voto vinculado. Discordando dos rumos do processo político,
renunciou ao mandato de vice-governador e apoiou a candidatura peemedebista de
Aluísio Alves de oposição ao governo do estado. Após a derrota nessa eleição,
alguns dos fundadores do PMDB convidaram Geraldo Melo para assumir a
presidência regional da legenda. Aceitando o convite, comandou em 1984 a
campanha pela aprovação da emenda Dante de Oliveira, que, apresentada na Câmara
dos Deputados, propôs o restabelecimento das eleições diretas para presidente
da República em novembro daquele ano. Como a emenda não obteve o número de
votos indispensáveis à sua aprovação – faltaram 22 para que o projeto pudesse
ser encaminhado à apreciação pelo Senado –, Geraldo Melo apoiou Tancredo Neves
no Colégio Eleitoral, reunido em 15 de janeiro de 1985, que foi eleito novo
presidente da República pela Aliança Democrática, uma união do PMDB com a
dissidência do PDS abrigada na Frente Liberal. Contudo, Tancredo Neves não
chegou a ser empossado na presidência, vindo a falecer em 21 de abril de 1985.
Seu substituto no cargo foi o vice José Sarney, que já vinha exercendo
interinamente o cargo desde 15 de março.
Nas primeiras eleições municipais diretas em novembro de 1985, Geraldo Melo
apoiou a candidatura vitoriosa de Garibaldi Alves Filho, com quem viria a
romper politicamente em 1998, à prefeitura de Natal.
No pleito de novembro de 1986, elegeu-se governador do Rio Grande do Norte, na
legenda do PMDB, com o apoio do então ministro da Administração Aluísio Alves,
superando João Faustino Ferreira Neto da coligação composta pelo PDS, Partido
da Frente Liberal (PFL) e Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Permaneceu à
frente do governo até março de 1991, ao final do mandato.
Ingressou no Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em 1993,
elegendo-se, pouco depois, presidente regional do partido. No pleito de outubro
de 1994, candidatou-se a uma cadeira no Senado na legenda do PSDB. Eleito, com
base eleitoral em Natal e Ceará-Mirim, iniciou mandato em fevereiro do ano seguinte.
Em abril de 1995, o jornal Folha de São Paulo publicou lista dos
devedores inadimplentes do Banco do Brasil, em que constava o nome da Companhia
Açucareira do Vale do Ceará-Mirim, de sua propriedade. Geraldo Melo confirmou à
imprensa que fizera um empréstimo durante o governo do presidente Fernando
Collor de Melo, mas garantiu que o banco não teria motivos para se preocupar,
pois o valor avaliado da empresa seria muito superior ao empréstimo. No mês
seguinte, a revista Veja publicou que Geraldo Melo mandara construir em
1990 um campo de pouso nas terras de sua fazenda em Ceará-Mirim, alegando que a
pista serviria para o Aeroclube de Natal, promessa que não foi realizada, uma
vez que a propriedade foi hipotecada ao Banco do Brasil.
Em julho do mesmo ano, o senador apresentou emenda constitucional sobre a
cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias (Icms) em operações
interestaduais de venda de petróleo e energia. Segundo Geraldo Melo, os estados
produtores, concentrados em regiões menos desenvolvidas do país, seriam
prejudicados pela proibição de arrecadação da receita, competência exclusiva
dos estados consumidores, localizados em regiões mais ricas, consagrando-se,
dessa forma, um mecanismo de transferência permanente de renda das regiões
menos favorecidas para as mais favorecidas.
Geraldo Melo foi também sub-relator do projeto Sistema de
Vigilância da Amazônia (Sivam), voltado para o monitoramento do espaço físico
da Amazônia Legal brasileira mediante um sistema integrado de radares e
sofisticados equipamentos de comunicação, meteorologia e sensoreamento remoto.
Vencido por um consórcio liderado pela firma norte-americana Raytheon, o
processo fora posto sob suspeição após várias denúncias de superfaturamento, corrupção
e fraudes contra a previdência social, envolvendo a participação do Ministério
da Aeronáutica, da Secretaria de Assuntos Estratégicos, da embaixada brasileira
nos Estados Unidos, bem como de empresas nacionais e estrangeiras. O senador
foi surpreendido em dezembro com a notícia, em seguida desmentida, de que seu
telefone estaria “grampeado”.
Membro das comissões de Assuntos Econômicos e de Relações Exteriores, votou a
favor da quebra do monopólio dos governos estaduais na distribuição do gás
canalizado, do monopólio das telecomunicações e da Petrobrás na exploração do
petróleo, do fim do conceito de empresa nacional, e da prorrogação da vigência
do Fundo Social de Emergência (FSE).
Eleito primeiro vice-presidente do Senado em fevereiro de 1997, em maio votou a
favor da emenda da reeleição para presidente da República, governadores e
prefeitos e, em março de 1998, pronunciou-se favoravelmente à quebra da
estabilidade do servidor público, item da reforma administrativa. Em fevereiro
de 1999, reelegeu-se vice-presidente do Senado para o biênio 1999-2001.
Em
2002, candidata-se a reeleição porém termina o pleito em 3° lugar, atrás dos
eleitos GARIBALDI ALVES FILHO e JOSÉ AGRIPINO MAIA . Em 2006, candidata-se mais uma vez ao Senado
pelo PSDB termina o pleito novamente em 3°lugar atrás da eleita ROSALBA CIARLINI e do 2° colocado FERNANDO
FREIRE. Desde então Geraldo Melo não disputou nenhum cargo eletivo, até 2018
quando resolve disputar as eleições para concorrer uma vaga a senador pelo
PSDB , das duas em jogo, Pela coligação
Trabalho e Superação, Geraldo Melo senador 456 e ROBINSON FARIA governador 55, em toda sua eleição Geraldo
falou das suas mãos limpas, que "é preciso mexer na lei", que ele
saiu da cadeira para ajudar o BRASIL . O Tamborete como é
conhecido não obteve exito ficando em 3° lugar atrás dos eleitos CAPITÃO
STYVESON VALENTIM (Rede) e SENAIDE MAIA mas a frente do Ex-governador e
candidato a reeleição para o senado GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB)
No plano empresarial, Geraldo Melo participou ainda de
outras iniciativas, tornando-se um dos principais acionistas do Natal Shopping
Center.
Casou-se com Maria Edinólia Câmara Melo, com quem teve cinco
filhos.
MÁRCIA CARVALHO/VÍTOR GOMES
FONTES: Estado
de São Paulo (19/7/95); Folha de São Paulo (21/4 e 12/12/95; 29/9/98);
INF. BIOG ; NICOLAU, J. Dados; SENADO. Dados biográficos (1995);
Veja (18/3 e 9/9/87; 17/5/95
FONTE
– FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, WIKIPÉDIA e INTERNET